Durante as aulas com o tema Poesia, os alunos de dedicaram e se empenharam para escrever seus próprios poemas. Em determinada aula, a tarefa era produzir um poema em que o primeiro verso foi dado pela professora e dizia assim: " É noite, as sombras correm nebulosas!". Os demais versos deveriam ser construídos de acordo com sorteios de palavras aleatórias para compor estes versos. O resultado foram poemas desconexos, mas de imensa criatividade. Confira alguns:
Na imaginação
(Tainara, 8º ano)
É noite! As sombras correm nebulosas.
Nas paredes há rabiscos de crianças
E com a caneta fazemos nossa arte.
Falamos de nossos desenhos, e
Ao abrir as cortinas uma bela paisagem encontramos.
Com palavras criamos textos,
Na escuridão só há a solidão.
Na mesa, a família se reúne
E na porta só se ouve: toc toc, toc toc!
E com a imaginação viramos poeta.
Na janela, o sol brilha.
Hoje não sei mais o que pensar
Pois a chave nem se quer tenho mais.
Passo o dia em casa e no quarto,
Só ouço os pingos da chuva.
Quando percebo, já estou dormindo.
Nesse belo dia
(Eliza,6º ano)
Nesse belo dia ensolarado
Eu vi uma torta
na porta.
Achei uma folha que estava
com um pequeno rabisco.
conheci um poeta que se chama Chovisco.
Ele fala demais e tem olhos escuros.
sou bonita demais
e só ando para trás.
Hoje estava choviscando e na correiria,
Vi uma cortina toda enfeitada.
E em um belo dia de sol,
Vi uma caneta junto a uma caderneta
Debaixo de uma árvore.
De repente, me deu um sono,
E dormi.
Vi muitas palavras em cima
Da mesa da D. Teresa.
Noite escura
(Luana, 8º ano)
É noite! As sombras correm nebulosas.
Rabiscam no céu as estrelas cadentes.
Como canetas coloridas no papel dos contentes,
Falando histórias fabulosas.
Cortinas levantam,
Palavras surgem do nada, então...
De repente, que medo! Vem a escuridão.
Debaixo da mesa escondiam
E as portas batiam.
Se tivesse um poeta aqui me ajudaria,
E em um poema sem rima a escuridão sumiria.
E o ontem viraria hoje
E fecharia a memória com a chave do coração.
E eu esqueceria a noite de escuridão.
No outro dia, cairia a chuva do esquecimento
E dormiria sem noite em tormento.
Alegria
(Bianca, 7º ano)
É noite! As sombras correm nebulosas.
O sol nasce brilhante
A palavra nem sai da boca.
As cortinas abrem-se pela manhã.
Hoje acordei alegre.
A porta se abriu, e encheu-se de alegria.
O rabisco no céu se abriu,
A caneta coloria o papel.
A chave abria a porta.
A chuva alagava as ruas.
Quando eles falam alguma coisa,
Quando durmo, penso em você.
O poeta fala sempre a verdade,
a mesa sempre serve.
O escuro me dá calafrios.
O homem não gosta de ninguém,
Eu gosto de ser alegre.
Rabiscos
(Letícia, 7º ano)
É noite! As sombras correm nebulosas.
O sol aparece pela manhã,
As palavras correm
E a cortina é azul.
Hoje estou feliz!
As portas se abrem
E o menino rabisca com a caneta preta.
A chave da porta sumiu,
Será que a chuva levou?
Ele sabe que a chuva não levou a chave.
Fui dormir sem me preocupar.
Pela manhã quando acordei, vi um poeta,
Na mesa, escrevia um lindo poema.
O lápis era escuro.
Eu escrevo sobre tudo.
Até sobre aquele homem que não presta!
A vida é assim
(Gabriel Crisóstomo, 7º ano)
É noite! As sombras correm nebulosas.
O dia é rápido,
As nuvens escurecem, o sol aparece.
A chuva cai
A vida vai...
Como um rabisco de um desenho
Falar é fácil...
Fazer é difícil.
Sobre altos e baixos, a vida é assim...
Sou poeta e a vida é assim.
Seja a vida de qualquer um... ela é assim.
Hoje em dia
Hoje agora
Hoje aqui
Hoje lá
A vida é assim...
Onde tem cortina, tem casa.
Onde tem casa tem vida.
Abristes as portas do coração
Para entender a vida, por que ela é assim...
Muitos hoje em dia têm uma mesa, outros não!
Por mais difícil que seja a vida é assim.
Eu durmo,
As pessoas dormem,
são fases da vida.
Um poema é feito de palavras
Sem palavras como seria a vida?
A vida é como uma chave,
Chave de amor, alegria, emoções
Escrevo meu poema à caneta,
Mas amo com meu coração.
Eu sou o que sou...
Mas não sou diferente de ninguém.
É noite! As sombras correm nebulosas.
A chuva cai
No escuro
Um homem
Triste corre
Sobre ela.
O homem
Corre com
Um papel,
Nele um rabisco.
Ele fala:
_ó meu Deus,
Eu aqui na
Escuridão
Com um
Rabisco na mão.
Que significa
Minha poesia.
Hoje um dia feio,
Chuvoso!
Como estou triste!
Ele passa sobre uma casa.
Nela as cortinas brancas
Balançam sobre o vento.
As portas batem
Zoando um barulho forte,
Da batida” toc toc toc”
A mesa sussurra
Um barulho fino.
O tempo passa
E nada do sol aparecer
Para acabar com a escuridão.
O homem cansado,
Louco para dormir, corre mais
Depressa para chegar ao seu
Destino mais rápido.
No papel
Há palavras lindas e tristes.
A chave no bolso balança
Fazendo uma melodia.
A caneta no bolso da camisa
Perfura seu peito frio e molhado.
Ainda está escuro
E faz frio.
Mas, o sol
Começa a aparecer.
Finalmente o homem chega
Ao seu destino e bate na porta.
Quem aparece?
Eu.
